Faltam dois dias para o início da "Grande Festa"! A cidade inteira já sente o clima indefectíficel da vibração do trio-elétrico, das arquibancadas, da multidão, da música, dos cantores. São dois dias de espera que se assemelham à eternidade...
À noite, contagiado por essa sensação, estava ansioso para chegar em casa e aguardar ocioso mais um dia passar. Dentro do meu carro, deixava o vento bater sobre meus cabelos, enquanto a rádio me embalava ao som de "Insolação do Coração", de Babado Novo, que simboliza aquilo que o Brasil tem de melhor: carnaval e futebol, salvo, é claro, a beleza natural das mulatas brasileiras.
De repente, sob a luz vermelha do sinal de trânsito, a música pára. Mais uma vez a rádio dá problema. Bem, talvez fosse alguma interferência no sinal. De qualquer maneira, enquanto estava parado, tentando sintonizar novamente o canal, fui interrompido grosseiramente por dois mendigos que aproveitavam a minha situação de fragilidade para pedir esmolas.
Um deles, um velhinho, vestido em trajes sujos, rasgados, grandes demais para o seu corpo franzino, aparentava seus oitenta anos, tinha o semblante marcado pelas rugas do tempo. Andava meio desajeitado, mancava. Parecia cego, visto que, em uma das mãos, apoiava-se sobre um bastão de madeira; e, na outra mão, era guiado por outro mendigo: um jovem. Raquítico, com a cabeça desproporcional ao corpo, lembrava aquelas crianças típicas de países subdesenvolvidos. Possuía um olhar triste, vago no tempo e no espaço. Sua mão aberta e seu braço esticado estavam ávidos pela migalha prestes a receber.
Motivado por meu sentimento de complacência diante da lamentável situação, tirava da minha carteira uma moeda de R$ 0,10, quando, no mesmo instante, a rádio retorna e o sinal verde desponta sobre meus olhos.
Numa atitude de bastante naturalidade, como se meus instintos me guiassem, apertei o acelerador, deixando riscas sobre o asfalto, numa cena cinematográfica!
Após chegar em casa, tomei um banho quente para relaxar. Em seguida, sentei-me sobre o confortável sofá, que parecia acolher-me com seus braços enormes. Minha "empregada" preparava um belo jantar para eu acalmar os desejos do meu estômago em fúria. Enquanto isso, olhava hipnotizado para o meu abadá, adquirido em parcelas que se perdem no horizonte. Encontrava-me ansioso para o Carnatal chegar. Quanto beijo de boca, azarações, curtições, paqueras, bebidas, amigos!
Hã?! E os mendigos?
Há! Quem se importa?
À noite, contagiado por essa sensação, estava ansioso para chegar em casa e aguardar ocioso mais um dia passar. Dentro do meu carro, deixava o vento bater sobre meus cabelos, enquanto a rádio me embalava ao som de "Insolação do Coração", de Babado Novo, que simboliza aquilo que o Brasil tem de melhor: carnaval e futebol, salvo, é claro, a beleza natural das mulatas brasileiras.
De repente, sob a luz vermelha do sinal de trânsito, a música pára. Mais uma vez a rádio dá problema. Bem, talvez fosse alguma interferência no sinal. De qualquer maneira, enquanto estava parado, tentando sintonizar novamente o canal, fui interrompido grosseiramente por dois mendigos que aproveitavam a minha situação de fragilidade para pedir esmolas.
Um deles, um velhinho, vestido em trajes sujos, rasgados, grandes demais para o seu corpo franzino, aparentava seus oitenta anos, tinha o semblante marcado pelas rugas do tempo. Andava meio desajeitado, mancava. Parecia cego, visto que, em uma das mãos, apoiava-se sobre um bastão de madeira; e, na outra mão, era guiado por outro mendigo: um jovem. Raquítico, com a cabeça desproporcional ao corpo, lembrava aquelas crianças típicas de países subdesenvolvidos. Possuía um olhar triste, vago no tempo e no espaço. Sua mão aberta e seu braço esticado estavam ávidos pela migalha prestes a receber.
Motivado por meu sentimento de complacência diante da lamentável situação, tirava da minha carteira uma moeda de R$ 0,10, quando, no mesmo instante, a rádio retorna e o sinal verde desponta sobre meus olhos.
Numa atitude de bastante naturalidade, como se meus instintos me guiassem, apertei o acelerador, deixando riscas sobre o asfalto, numa cena cinematográfica!
Após chegar em casa, tomei um banho quente para relaxar. Em seguida, sentei-me sobre o confortável sofá, que parecia acolher-me com seus braços enormes. Minha "empregada" preparava um belo jantar para eu acalmar os desejos do meu estômago em fúria. Enquanto isso, olhava hipnotizado para o meu abadá, adquirido em parcelas que se perdem no horizonte. Encontrava-me ansioso para o Carnatal chegar. Quanto beijo de boca, azarações, curtições, paqueras, bebidas, amigos!
Hã?! E os mendigos?
Há! Quem se importa?
Um comentário:
O povo so pensa no carnatal!!!!!!
A Cidade para!!!!!
Parabens Roberto!!!!
Postar um comentário