sábado, 24 de novembro de 2007

UMA (RE)APROXIMAÇÃO COM O POVÃO BRASILEIRO

Os berros mergulhados de cólera do príncipe dos sociólogos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, receberam ontem (23/11) grande destaque da mídia brasileira. Segundo esta, FHC conclamou seus súditos e correligionários a iniciarem uma peregrinação com o escopo de reaproximação com a massa de pobres, analfabetos e excluídos do País.

E não poderia ter começado "melhor"!

De acordo com o ex-presidente do Brasil, os tucanos farão o possível e o impossível para que o povo brasileiro saiba falar bem o vernáculo brasileiro e, em seguida, citou o exemplo de Minas Gerais, onde o governo do PSDB ampliou de 4 para 9 anos o ensino do Estado. De maneira implícita, em seu discurso, FHC ainda ironizou a baixa escolaridade do presidente Lula.

Com tanta grosseria e preconceito impregnado, o príncipe dos sociólogos deixou evidente o motivo pelo qual os seus súditos obtiveram sucessivas derrotas no cenário político brasileiro durante as últimas eleições.

Alegando possuir a divina sabedoria, FHC tratou com desdém os desprivilegiados do País (eufemismo de marginalizados), que possuem uma incrível capacidade de superar sua condição paupérrima e conquistar postos avançados na hierarquia social brasileira, mesmo com a exclusão proporcionada pela gravíssima situação da educação brasileira. Veja-se, por exemplo, a biografia de seu desafeto principal, o presidente Lula.

É bem verdade que, desde os sofistas da Grécia Antiga, a oratória era bastante conhecida pelo seu incrível poder de persuasão, quando bem utilizada. A boa concatenação das idéias e das palavras transformava-se numa verdadeira arma capaz de convencer as mentes mais ingênuas, de conquistar o poder e desmoralizar os inimigos.

No entanto, não obstante a sua oratória rebuscada, FHC não possui o carisma, o encanto natural que o associe aos anseios do povão. Assim, muito embora o discurso de Lula não se assemelhe ao do seu arqui-rival, a presenca carismática do presidente, o seu passado vinculado aos trabalhadores e suas palavras carregadas de emoção, sempre o reaproxima das camadas pobres do Brasil.

Por fim, vale lembrar, FHC ainda enfatizou que o PSDB não é um partido elitista, mas acadêmico! O príncipe dos sociólogos deveria lembrar que, até antes da universalização do ensino superior, iniciado no governo atual com o PROUNI, elitismo e academicismo eram duas palavras quase sinônimas, uma vez que o diploma de ensino superior estava quase sempre reservado às elites do país.

Para um governo "mal educado", até que Lula começou bem. Talvez seja devida à ânsia, de quem nunca teve a oportunidade de ter uma escola decente, de livrar o Brasil da herança maldita de ser um país composto de analfabetos... ou então, deve ser a contribuição oculta do governo em realizar o objetivo que, há décadas, o PSDB persegue: a aproximação com a massa popular brasileira.

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